Polícia 'estoura' fábrica ilegal de armas

A técnica de esculpir a madeira para gerar móveis levou o marceneiro Elino de Matos Soares, de 29 anos, a outro tipo de trabalho: projetar armamento artesanal. Ele foi preso em flagrante por policiais militares, na manhã de ontem, em sua residência no conjunto Paar, quadra 17, em Ananindeua, enquanto fazia um rascunho do que seria mais uma arma caseira.
No local, foram encontrados duas armas com modelo semelhantes à escopeta e outra simulando uma espingarda de dois canos, adaptada para disparar munição calibre 38.
Segundo o sargento Chucre e o cabo Olimar, da 7ª ZPol, ao passar em ronda por perto do local onde Elino reside, uma moradora os alertou de que um moveleiro estaria produzindo em casa armas de fogo para abastecer assaltantes de motos da região. “Quando chegamos ao local informado, ele (Elino) se escondeu dentro da casa, mas ao realizar a vistoria encontramos as armas caseiras e outros materiais para confecção de outros modelos, logo depois ele se entregou”, informou o sargento PM Chucre.
Questionado sobre a produção artesanal de armas de fogo, Elino confirmou que fazia as armas, mas negou a acusação de vender as suas “criações” para assaltantes da região praticar roubos. Segundo ele, a iniciativa de produzir o armamento partiu após sua residência ser invadida por assaltantes que roubaram uma bicicleta e pertences pessoais. “Estava fazendo essas armas para acabar com a ‘raça’ do ladrão que roubou minha casa. Assim que o encontrasse ia matá-lo”, afirmou.
Sobre a técnica de produção de armas considerada de grosso calibre, Elino disse ter aprendido sozinho, graças a habilidade adquirida na confecção de móveis de madeira. Além de esculpir em madeira a estrutura que dá suporte à arma, Elino fabricava o cano e os pentes em metal para carregar a munição, semelhante às metralhadoras de tiro sequencial. Em uma delas, ele montou um sistema de “tambor”, como os de revólver com capacidade de disparar seis tiros de calibre 12.