Ex-jogadores desmentem Maradona e negam doping

Ex-jogadores da seleção da Argentina desmentiram nesta terça-feira as declarações polêmicas de Diego Maradona, que insinuou doping na equipe na disputa da repescagem da Copa do Mundo de 1994. O ídolo argentino afirmara ainda que os atletas não foram submetidos a exames antidoping para o confronto, realizado contra a Austrália, no ano anterior ao do Mundial.
Segundo Maradona, os jogadores argentinos receberam um café "batizado" momentos antes da partida decisiva - em caso de derrota, a seleção ficaria de fora do Mundial. A bebida teria como objetivo dar mais energia aos atletas para o jogo.
Nesta terça, porém, ex-companheiros de time de Maradona negaram que tenham ingerido qualquer substância ilegal antes da partida. Hugo Perez, Jorge Borelli e Jose Chamot afirmaram que "estavam apenas concentrados no jogo". No entanto, os atletas confirmaram que não fizeram exames antidoping ao fim da partida.
"Ficamos sabendo que não haveria exames dias antes do jogo, mas não demos qualquer importância a isso", afirmou o meia Hugo Perez. "O que Diego disse sobre não haver controle antidoping é verdade", completou.
O ex-zagueiro Jose Chamot também negou ter ingerido substâncias ilegais. "Eu não precisava dessas coisas. Algumas vezes eles nos davam vitaminas como suplemento para as nossas jornadas, mas nada além disso. Se havia algo para fazer o time correr mais, eu não fui incluído nisso".
Citado por Maradona na segunda, o presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Julio Grondona rebateu as declarações do ex-atleta, mas não comentou a denúncia de doping. Segundo Maradona, o dirigente sabia sobre o café "batizado".
Grondona, de 79 anos, respondeu apenas às críticas sobre sua permanência na presidência da AFA há 32 anos. "Estou velho, mas saudável. Não estou como alguns que não estão saudáveis, e não por causa de problemas naturais", alfinetou o dirigente.
Depois de assegurar a vaga na Copa com a seleção, Maradona foi flagrado no exame antidoping durante o Mundial. Ele deu positivo após a partida contra a Nigéria, pela fase de grupos. Sem o astro, a equipe sul-americana foi eliminada pela Romênia nas oitavas de final. Já Maradona foi suspenso por 15 meses pela Fifa.

Supremo determina prisão do jornalista Pimenta Neves

Ele foi condenado, em 2006, pela morte da jornalista Sandra Gomide. Segundo ministro, defesa de Pimenta Neves não pode mais recorrer.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta terça-feira (24),  por unanimidade dos cinco ministros que a integram, o último recurso pendente do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, condenado em 2006 pela morte da jornalista Sandra Gomide.
O relator do caso, ministro Celso de Mello, determinou ao juiz da Comarca de Ibiúna (SP) o cumprimento da pena de 15 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado.
O G1 entrou em contato com a advogada do jornalista, Maria José da Costa Ferreira, e aguarda retorno.
A assessoria do gabinete do presidente da Segunda Turma, ministro Gilmar Mendes, informou que será enviado ainda nesta terça um comunicado às instâncias inferiores da Justiça para que seja cumprida a decisão do STF.
De acordo com o ministro relator, não há mais possibilidade de se recorrer da decisão. “É um fato que se arrasta desde 2000 e é chegado o momento de se por termo a este longo itinerário já percorrido. Realmente esgotaram-se todos os meios recursais, num primeiro momento, perante o Tribunal de Justiça de São Paulo; posteriormente, em diversos instantes, perante o Superior Tribunal de Justiça, e também perante esta Corte”, afirmou Mello durante o julgamento.
Por ter mais de 70 anos, Pimenta Neves tem direito, segundo a lei, apenas à redução pela metade do tempo de prescrição do crime. Como foi condenado em 2006, a pena prescreveria em 10 anos a partir da data da condenação.
A ex-editora de economia do jornal “O Estado de S.Paulo” foi assassinada com dois tiros, em 20 de agosto de 2000, no Haras Setti, em Ibiúna, a 64 km de São Paulo. Os advogados de Pimenta Neves contestaram no STF decisões da Justiça que determinaram a condenação.
“Esta não é a primeira vez que eu julgo recursos interpostos pela parte ora agravante [Pimenta Neves], e isto tem sido uma constante, desde o ano de 2000. Eu entendo que realmente se impõe a imediata execução da pena, uma vez que não se pode falar em comprometimento da plenitude do direito de defesa, que se exerceu de maneira ampla, extensa e intensa”, continuou o ministro relator.
Pimenta Neves, que na época do crime era diretor de redação do “O Estado de S.Paulo”, tinha 63 anos e ela, 32. Os dois haviam rompido o namoro de quatro anos poucas semanas antes, quando Sandra confessou estar apaixonada por outra pessoa.
Em 20 de agosto deste ano, o assassinato de Sandra Gomide completou 11 anos. Durante o julgamento, os ministros que compõem a turma reconheceram o caráter “emblemático” do caso e criticaram a quantidade de recursos apresentados pela defesa do jornalista para alongar a tramitação do processo.
A ministra Ellen Gracie afirmou que o caso Pimenta Neves é um dos “mais difíceis” de se explicar. “Como justificar que, num delito cometido em 2000, até hoje não cumpre pena o acusado?”, questionou Gracie.

Camponeses são assassinados em Nova Ipixuna

Os camponeses Maria do Espírito Santo da Silva e José Claudio Ribeiro da Silva foram assassinados na manhã de hoje (24), no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, na comunidade de Maçaranduba, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará.
O casal liderava a associação de camponeses da área e vinha denunciando, há anos, a ação de madeireiros destruindo a floresta. As vítimas denunciaram também que estavam sendo ameaçadas de morte pelos madeireiros, mas nunca conseguiram proteção policial. As ameaças contra a vida do casal começaram por volta de 2008. Segundo familiares, desconhecidos rondavam a casa de Maria e José Cláudio, geralmente à noite, disparando tiros para o alto.
Em novembro de 2010, durante palestra realizada em Manaus, José Cláudio Ribeiro relatou as ameaças recebidas por defender a floresta. O vídeo está disponível na internet.
Para Atanagildo Matos, Diretor da Regional Belém do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), a morte do casal é uma perda irreparável. “Eles nos deixam uma lição, que é o ideal dos extrativistas da Amazônia: permitir que o ‘povo da floresta’ possa viver com qualidade, de forma sustentável com o meio ambiente”, diz Matos. “Já estamos em contato com o Ministério Público Federal, Polícia Federal e outras instituições. Apoiaremos fortemente as investigações, para que esse crime não fique impune”, afirmou.
TRABALHO
Maria e José Cláudio viviam há 24 anos em Nova Ipixuna. Integrantes do CNS, ONG fundada por Chico Mendes, foram um exemplo para toda a comunidade. Desde que começaram a viver juntos, mostravam que era possível viver em harmonia com a floresta, de forma sustentável.
“O terreno deles tinha aproximadamente 20 hectares, mas 80% era área verde preservada”, conta Clara Santos, sobrinha de José Cláudio Silva. “Eles extraíam principalmente óleos de andiroba e castanha, além de outros produtos da floresta para sua subsistência. Graças à iniciativa dos meus tios, atualmente o PAEX Praialta-Piranheira tem um convênio com Laboratório Sócio-Agronômico do Tocantins (LASAT – Universidade Federal do Pará), para produção sustentável de óleos vegetais, para que os moradores possam sustentar-se sem agredir a floresta”, explica Clara.
ASSENTAMENTO
O Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAEX) Praialta-Piranheira fica à margem do lago da hidrelétrica de Tucuruí. Foi criado em 1997 e possui atualmente uma área de 22 mil hectares, onde encontram-se aproximadamente 500 famílias. Além do óleos vegetais, o açaí e o cupuaçu, frutas típicas da região, garantem a renda de muitas famílias.
(DOL)

Vulcão islandês: 500 voos cancelados nesta terça

Quinhentos voos foram cancelados nesta terça-feira (24), na Europa, devido à passagem pelo norte do Reino Unido da nuvem de cinzas expelidas pelo vulcão islandês Grimsvötn, anunciou a organização europeia da segurança aérea Eurocontrol.
"Hoje, zonas de forte densidade de concentração de cinzas passaram sobre certas regiões do norte do Reino Unido", destacou a organização em um comunicado.

"Como consequência, 500 voos dos cerca de 29 mil que estavam previstos em toda a Europa foram cancelados", acrescentou.
"Existe uma forte probabilidade de que a nuvem de cinzas atinja algumas partes da Dinamarca, o sul da Noruega e o sudoeste da Suécia antes da manhã de quarta-feira", ressaltou a Eurocontrol. (eBAND)