Operação da Polícia Civil tem 11 presos na Rocinha

Polícia visa cumprir 30 mandados de prisão e encontrar o traficante Nem.
Martha Rocha negou que tenha havido vazamento de informações.


A operação da Polícia Civil que acontece na manhã desta terça-feira (19) na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, já prendeu 11 pessoas. A operação segue nesta tarde. O comércio e o trânsito funcionam normalmente na comunidade.
A chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, negou que tenha havido vazamento de informações da ação, que pretende cumprir 30 mandados de prisão. Entre eles, o do traficante Nem, que seria o chefe do tráfico no local.
Na ação, foram encontradas cerca de três toneladas no maior depósito já descoberto na comunidade. A informação é do delegado Rafael Willis, da Polinter, responsável pela operação. A polícia estourou ainda um depósito de carga roubada e uma fábrica de DVDs no local, além de apreenderem pássaros silvestres.
Na Rua do Valão, policiais encontraram ainda um escritório de ‘gatonet’ e vários eletrodomésticos ainda lacrados. Entre eles, há onze geladeiras, seis aparelhos de ar-condicionado, duas máquinas de lavar, quatro fogões, dois micro-ondas, um exaustor, um fax e uma TV. O local estava vazio quando a policia chegou e, segundo os policiais, 30 canais eram distribuidos clandestinamente.
Uma granada que seria usada contra policiais também foi apreendida com um suspeito.
"A operação visa inibir todas as irregularidades constantes na comunidade. Antes de fazer uma operação desse porte procuramos pontuar os objetivos a serem cumpridos para que a população não seja atingida. A tendência é que tenham mais operações aqui já que já temos alguns pontos mapeados e mandados de prisão pendentes", explicou o delegado Marcos Cipriano, da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), que participa da ação.
Foragidos de comunidade pacificada
A Polícia Civil também  encontrou a casa onde se esconderia o chefe do tráfico do Morro de São Carlos, no Estácio, no Centro da cidade. Mas a casa, que seria do homem conhecido como Coelho, estava vazia. O Morro de São Carlos foi pacificado em fevereiro deste ano.
Segundo Cipriani, entre os presos da ação está um homem também do São Carlos, que era procurado por furto e confessou ter se refugiado na Rocinha por causa da UPP na favela do Centro.

Nem e 'laranja'
A operação seria para cumprir 30 mandados de prisão e de busca e apreensão contra traficantes e parentes do chefe do tráfico na Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Também estaria sendo procurado o presidente da associação de moradores da localidade Barcelos, suspeito de atuar como "laranja" da quadrilha.
Considerado um dos maiores vilões do governo fluminense no projeto de pacificação da Rocinha, Nem, de 34 anos, é apontado pela polícia como chefe do tráfico da favela, que possui cerca de 120 mil habitantes. Em outubro de 2010, o Disque-Denúncia já oferecia uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levassem à prisão do traficante.
Operação começou por volta das 6h
Cerca de 200 policiais de diversas delegacias especializadas participam da ação. O policiais entraram na comunidade por volta das 6h15 e houve muito barulho de fogos de artifício.
Helicópteros dão apoio aos policiais, que entraram na comunidade pela Estrada da Gávea e pela Autoestrada Lagoa-Barra.
O Centro de Operações Rio informa que a circulação de veículos na Autoestrada Lagoa-Barra e no Túnel Zuzu Angel está normal. Mas, como opção, os motoristas podem seguir pela Avenida Niemeyer, em São Conrado.

Pescado está mais caro nesta Semana Santa

Nesta Páscoa, os preços não estão festivos para o consumidor paraense. Chocolate e outros produtos tradicionais da Semana Santa ficaram mais caros em 2011. O pescado, por exemplo, teve aumentos abusivos comparado ao mesmo período do ano passado. 
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pa) observou que, nos primeiros 15 dias de abril, houve elevação na maioria dos preços de 38 diferentes tipos de pescados, comercializados em dez mercados  municipais da Grande Belém.
Quem quer optar por um almoço alternativo, a base de bacalhau, pirarucu, caranguejo ou camarão, também não vai ficar contente com os preços.  Quase todos estes produtos estão mais caros em relação à Semana Santa do ano passado. A exceção ficou com o bacalhau, que por ser importado teve seu preço diminuído em função da queda do dólar.
Já o pirarucu (seco ou resfriado) sofreu um reajuste nos últimos 12 meses em torno de 15% e está sendo vendido a preços entre R$ 25 até R$ 35, mas dentre os itens tradicionais continua sendo a alternativa mais barata para esta Semana Santa.
O bacalhau pode ser encontrado com preços variados nas grandes redes de supermercados de Belém. O Bacalhau do Porto hoje custa, em média, R$ 45 o quilo. Os tipos mais baratos, como o bacalhau Saith sai a R$ 25,25 o quilo, e também está 4,82% mais barato que no mesmo período do ano passado.  A boa notícia é que os acompanhantes do bacalhau estão um pouco mais baratos.  O azeite de oliva apresenta uma queda de 15,57% e a batata lavada recuou 19,91%.
O decreto que proíbe a saída de pescado do Pará, baixado pelo Estado e pela Prefeitura de Belém,  impediu que os preços tivessem uma subida ainda maior. Ainda assim, os balanços realizados pelo Dieese/Pa indicam que o peixe chega com altos valores às mesas paraenses.
De janeiro a março deste ano, pesquisas realizadas semanalmente apontaram reajustes de até mais de 30% no preço dos peixes vendidos na Grande Belém. 
Alternativas para os consumidores surgiram através de acordos fechados pela Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado (Sepaq) com entidades como o Procon/Pa e o próprio Dieese/Pa, que ampliaram as opções por meio da venda do peixe resfriado (Industrializado) e o do peixe vivo, em vários pontos da capital, com preços mais em conta.
As pesquisas apontam que peixes considerados nobres, como filhote e a pescada amarela, estão bem mais caros  e custam entre R$ 15 e R$ 20 o kg, dependendo do local de comercialização.
O camarão é outro produto que subiu de custo e está mais caro. O camarão do tipo regional teve reajuste de 36,62% e o camarão rosa teve aumento de 43,73%. Já o concorrido caranguejo também encareceu e está variando entre R$ 1,00 e R$ 1,50 a unidade. As informações são do Dieese/Pa. (DOL)